Da Contemplação das Almas



Por cada uma das vidas que as suas mãos manejam, o silêncio é mais alvo no seu recanto, o que fica depois das escadas.
As escadas da Casa que todos os dias sobe, mas já não com o mesmo ritmo. Pois todos os dias os seus passos parecem mais firmes, ainda que os sinta mais suaves; estão mais robustamente amenos.
O Mundo não os calcula assim, mira-os como austeros e rijos.
Não lhe conhece, ele, nem o sorriso muito menos as lágrimas, até o soluço amargo, que as Almas que a sua toca lhe logram: contempla-as, quase sempre, com a brandura que a penumbra da noite lhe oferece, quase ao amanhecer. Encontra-lhes, o que sempre sentira, a humanidade. Irmandade, assim.
Mas sabe que a sua jornada, tal como a das outras Almas, é um Caminho. Há que segui-lo.
Fá-lo.
Depois de as sentir, às suas Almas, não há dor, nem qualquer lamento; há apenas a profunda humildade de saber-se igual, ainda que ali, naquela Casa, diferente.